a china além da china

Cheong Kin Man é doutorando em Antropologia Visual na Universidade Livre de Berlim e realizador de “Uma Ficção Inútil” (2015). Escreve frequentemente em colaboração com Mathilde Denison, artista de formação e estudante de Sinologia na mesma universidade. O casal vive actualmente em Hamcheu (Hangzhou), onde Denison está em intercâmbio e Cheong assiste a cursos de coreano, japonês e russo na Universidade do Chekiam (Zhejiang)

etimologia

Casa e quarto em chinês

Estudar a etimologia, embora de forma amadora, tornou-se na minha grande paixão. Aprendi recentemente, por acaso, a palavra uigure “ئۆي” (öy), que significa simultaneamente “casa” e “quarto”. Esta descoberta conduziu-me à associação com os kanjis (caracteres japoneses, emprestados directamente do chinês clássico) utilizados para a palavra “quarto” em japonês moderno: “部屋”.

November 27, 2018

música

Um riso só no mar

Para poder compreender o espírito da cultura cantonense contemporânea, desde Hong Kong a Macau, da província de Cantão até às regiões onde habitam pessoas oriundas desta região linguística da China, é indispensável conhecer o incontornável James Wong (1941-2004).

October 18, 2018

literatura

Rashomon

Num dos grandes clássicos da literatura moderna japonesa, “Discurso sobre Decadência” de Ango Sakaguchi (1906-1955), – ou Sakaguchi Ango, seguindo a ordem original, com o sobrenome primeiro, como prefiro escrever - encontra-se um ensaio sobre a terra natal da literatura, isto é, a literatura na sua forma mais primitiva, mais curta e mais directa.

September 7, 2018

línguas sino-asiáticas

A flexibilidade das línguas sino-asiáticas

Uma das minhas principais preocupações intelectuais é a “desinocentrização” de mim próprio, e é por esse motivo que estou a aprender línguas. Paradoxalmente, porém, quanto mais aprendo línguas mais me sinto sinocêntrico. De todo o modo, esta necessidade de aprender línguas permanece emocionalmente muito importante.

April 26, 2018

myanmar

Catorze maçãs, Birmânia e chineses “no exílio”

Depois dos dez dias de agitação na Berlinale, dez dias de bufetes visuais, sinto-me como se tivesse “comido demais”. O lado político deste festival gigantesco, embora já não me incomode tanto como da primeira vez que fui, teve uma grande influência na forma como visualizo os filmes da selecção.

March 9, 2018

É difícil aprender chinês?

Antes de conhecer a minha mulher belga, nunca me tinha interessado pela questão da dificuldade de aprendizagem de uma língua. Se tivesse de fabricar uma teoria simplista da coisa, fundamentaria esta dificuldade com o ambiente, as condições de aprendizagem e, sobretudo, com a vontade de quem quer aprender.

January 12, 2018

Uma reflexão sobre o “eu” sínico

É enquanto pessoa egoísta que escrevo esta reflexão sobre o “eu” na língua chinesa moderna (língua que prefiro designar como a língua dos Han ou, em cantonês, dos Hon). Mas não se trata inteiramente de egoísmo ou de um ego lusófono, uma vez que, mesmo que esteja a escrever em português, uma parte do meu “eu” permanece confucionista e cantonense.

August 10, 2017

Por que razão é Portugal o país onde as uvas têm dentes?

"Pu Tao Ya" ou "Pou Tou Nga", é o nome oficial de Portugal, em chinês mandarim e em cantonense, respectivamente. Literalmente, os uvas-dentes. Mas porquê? Hoje, o chinês moderno conta entre as raras línguas que empregam ainda os logogramas. Cada logograma tem vários, até muitos significados. Para os chineses, os caracteres que compõem o nome de Portugal são escolhidos por razões fonéticas, ou seja, não têm um significado especial.

February 22, 2017