Adiado debate sobre lei da extradição em Hong Kong
As autoridades de Hong Kong anunciaram o adiamento “para uma data posterior” do debate da controversa lei da extradição. A decisão foi tomada esta manhã, depois de milhares de pessoas voltarem às ruas da cidade para se manifestarem contra a lei que, a ser aprovada, permitirá a Pequim pedir a extradição de cidadãos de Hong Kong para serem acusados na China continental.
Apesar do anúncio deste anúncio e do clima de tensão crescente, os manifestantes permaneceram perto da sede do governo e do Conselho Legislativo. De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, no início da tarde, agentes policiais, munidos de equipamento antimotim, utilizaram canhões de água e gás pimenta para dispersar os manifestantes, que se defenderam com guarda-chuvas, máscaras, capacetes e viseiras.
No Twitter, a Amnistia Internacional deixou críticas às autoridades de Hong Kong, acusando a polícia de violar a lei internacional ao utilizar gás lacrimogéneo e gás pimenta “contra manifestantes maioritariamente pacíficos”. “Instamos a polícia de Hong Kong a não repetir tais abusos”, escreveu a organização de defesa dos direitos humanos.
A Lei dos Fugitivos levou no domingo um milhão e 30 mil pessoas às ruas de Hong Kong, segundo dados avançados pela organização do protesto. As autoridades estimam que o número não tenha ultrapassado os 300 mil.
A única vez que uma manifestação naquela região administrativa especial reuniu um milhão de pessoas foi há exactamente 30 anos, em 1989, em solidariedade com os estudantes que participaram nas manifestações de Tiananmen.