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Empresas partilham trabalhadores para minimizar impacto da crise

February 27, 2020

Empresas partilham trabalhadores para minimizar impacto da crise

Na China, várias empresas estão a recrutar temporariamente funcionários de negócios em dificuldades para dar resposta às exigências do sector do comércio electrónico e minimizar o impacto da crise gerada pelo surto do Covid-19.

FOTO: Robert Wei (shutterstock.com)

Chama-se “partilha de trabalhadores” e é uma “forma criativa de optimizar a distribuição dos recursos humanos” durante a crise gerada pelo surto do Covid-19 na China. É assim que descreve o portal Sixth Tone a iniciativa de várias empresas que estão a contratar funcionários de empresas ou negócios que ainda não retomaram as operações.

Estes profissionais –  共享员工 (gongxiang yuangong) – estão a ser contratados para trabalhar em supermercados, plataformas de comércio online, companhias e empresas, para “facilitar a crise no mercado laboral e colocar os trabalhadores onde são mais necessários”.

De acordo com o Sixth Tone, no início de Fevereiro, a cadeia de supermercados online Hema Xiansheng, propriedade do gigante do comércio electrónico Alibaba, começou a contratar trabalhadores de restaurantes encerrados ou que estavam a funcionar a tempo parcial.

Dados do National Business Daily revelam que, desde meados de Fevereiro, mais de três mil funcionários se juntaram à Hema e perto de quatro mil à Suning, outra empresa chinesa. A Walmart (USA), que seguiu o exemplo, contratou mais de três mil trabalhadores temporários de outros sectores para ocupar postos em Pequim, Fuzhou e Shenzhen.

Um advogado de Pequim ouvido pelo Workers’ Daily alerta, porém, para os riscos legais desta nova forma de contratação. Yao Junchang refere que as empresas que optaram por esta solução devem incluir cláusulas detalhadas nos acordos, especificando a duração do contrato e as regras para compensações decorrentes de acidentes ocupacionais.

“As empresas que emprestam os trabalhadores deviam assinar um acordo de destacamento, pagar na totalidade aos funcionários e pagar a segurança social a horas”, afirmou.