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Memórias de Yinchuan

May 28, 2019

Memórias de Yinchuan

Que impacto teve a política do filho único na relação entre pais e filhos na China? Como é que esta relação tem vindo a mudar ao longo dos tempos? E de que forma olha hoje a sociedade chinesa para o papel da figura paterna no círculo familiar? Foi em Yinchuan, no norte da China, onde frequentei em Maio um curso de mandarim, que saí à rua à procura de respostas para estas questões.
E por que razão falo aqui em ‘figura paterna’? É que não serve este vídeo apenas para reflectir sobre um tema que me interessa particularmente – a educação e a dinâmica familiar, com foco na China – mas serve também, como tem sido habitual nos últimos anos, de presente para o aniversário do meu pai, que se celebra a 18 de Maio. Cumpre-se assim a tradição – depois de “chengdu stories” (2016) e de “notas do nordeste” (2017), está terminada a curta “memórias de yinchuan (ou breve estudo sobre o papel da figura paterna na dinâmica familiar)”.
Não quis que este vídeo de dez minutos fosse apenas um diário de viagem, mas antes uma espécie de encontro/confronto entre as minhas memórias e as de outras três pessoas (representantes de três gerações diferentes) que se cruzaram comigo ao longo desses dias.

Breve nota sobre Yinchuan:

Poucos terão certamente ouvido falar nesta cidade de 1,5 milhões de habitantes, antiga capital do Império Xia Ocidental, fundado pelos tangut, e que existiu entre 1032 e 1227. Yinchuan (银川) significa “rio de prata” e é a capital da região autónoma hui de Ningxia. Situada entre as margens do rio Amarelo e as montanhas Helan, a cidade é hoje predominantemente han, embora a arquitectura não deixe dúvidas de que continua a ser um importante centro para os muçulmanos hui, uma das 56 minorias étnicas reconhecidas na China e que constituem cerca de 20 por cento da população de Ningxia.